Sorriso da Hiena

Deitada sob a sombra da árvore de José
A lua aos poucos se movia para iluminá-la
Cantarolava uma melodia incomum, algo como uma sinfonia sem ritmo, sem fala
Odores de diversas origens se espalhavam
Para quem amava, eram prazerosos perfumes.

Como existe a variante do ganho e da perda do orgulho
É como ebulição da pura causa
Na hora que a água seca, mesmo que seja tarde, é valiosa
Como um embrulho sem fita, laço, cartão sem prosa.

Caminhando só, com os pés no chão, perdeu a identidade
Perdeu a sinceridade
Achou amargura
Colheu perdão.

Seu olhar perpetua-se em um passado próximo
Uma época boa de ilusões não descobertas
Um passado de campos e doces sons
Passado que lhe agradava em todos os âmbitos e sentidos.

Mesmo que não desmascarado tal tempo
Nem tampouco o reconhecia como monstro surreal
Tornou-se real e palpável
Felicidade estável
Um sorriso de hiena.

André Anlub

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